terça-feira, 17 de março de 2015

ímpar

às vezes é no egoísmo
do casulo, de asas recolhidas
ao próprio útero sem feto
onde encontra-se a saída

se não pelos olhos
em líquido abortivo de idas
pelas mãos crispadas
e boca e lábios em nãos

o que importa o outro
se não admira em nós, o louco?
o que importa o outro
se não rói de nós, os ossos?

ah, melhor e melhor o vazio,
o abismo, o absinto, a estrecnina
germinar e morrer sem rimas...

4 comentários:

  1. O problema da Clara poesia de Almma, é que, havendo já trespassado
    a exosfera, melhor dizendo, havendo atingido o útero da Terra,
    torna-se incompreensível para aquele que não se empenha no
    autoconhecimento e não possui amor (filo) por Sofia .

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    1. Arnaldo... Como sempre sua gentileza faz-se presente. Obrigada.

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  2. Boa tarde minha querida.
    Lindo demais teu compor, penso que esse "egoísmo" muitas vezes se faz necessário, pois, mesmo que outro "admirasse em nós o louco, ou roesse os nossos ossos" ainda assim, não sentiria como nós e vive versa. Cada um possui a sua história, que, na maioria das vezes, é melhor ser vivida meio que em segredo mesmo.
    Muito preciosas as tuas letras, parabéns! Beijo com carinho no teu coração, lu.

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