domingo, 29 de novembro de 2015
thánatos...
ontem celebrei minha morte
não poupei meu corpo das dores
nem minha alma dos seus temores
não houve de minha parte
acordo ou ombros para lamurias
escarnio o meu, sem meias luas
era minha a morte, só minha
e dela e com ela não fiz acordos
fechei os olhos meus, sem remorsos...
e como não fosse dia ou noite
o sol entre as nuvens não pôs-se
não nasceu e fez-se foice
ah, quanta inocência
na carne a gemer por clemência
e eu tão dona de mim, a rir e rir...
a ir e ir...
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
meadas
dos novelos
das novelas
novembro
e tanto lembro-me
dos seus, dos meus
tormentos
argumentos?
navegar e navegar
alinhavar um poema
nas têmporas do tempo...
das novelas
novembro
e tanto lembro-me
dos seus, dos meus
tormentos
argumentos?
navegar e navegar
alinhavar um poema
nas têmporas do tempo...
domingo, 22 de novembro de 2015
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
ah...
meu mundo
de cabeça pra baixo
e meu eu entre aspas
garimpando palavras
para cortar
minhas asas...
de cabeça pra baixo
e meu eu entre aspas
garimpando palavras
para cortar
minhas asas...
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
quem sabe...
não era para ser
nem um mero talvez
mas veio, mas fez-se...
e agora o que faço
com as horas sem face
com as tardes sem asas
não era para ser
nem um mero quem sabe
e eu sempre soube
agora o que faço
com o voo dos pássaros
e com tantas palavras...
nem um mero talvez
mas veio, mas fez-se...
e agora o que faço
com as horas sem face
com as tardes sem asas
não era para ser
nem um mero quem sabe
e eu sempre soube
agora o que faço
com o voo dos pássaros
e com tantas palavras...
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
inverso
tudo tão indigesto
as vestes, os gestos
a pele
não tenho mais pratos
para aparar do meu vomito
as arestas
deixo para os versos
meus restos
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
se...
não sei
se desdigo
o que eu disse
não sei
se quero
o que eu quis
não sei
se minha poesia
é ferida ou cicatriz...
se desdigo
o que eu disse
não sei
se quero
o que eu quis
não sei
se minha poesia
é ferida ou cicatriz...
terça-feira, 10 de novembro de 2015
colheita
não tenha pressa
de beijar minhas flores
mas se demorar
mais um pouco
fecho meus olhos
e arranco delas
a alma
as cores...
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
casta
há dias
em que as palavras
são de mim, cascas,
em outros
exibem sem piedade
minha carcaça
e eu
calo-me...
em que as palavras
são de mim, cascas,
em outros
exibem sem piedade
minha carcaça
e eu
calo-me...
terça-feira, 3 de novembro de 2015
verbo
em princípio era sonho
hálito de um desejo mudo
encarcerado entre rascunhos
e não fosse ferro e fogo
ferindo minha pele e poros
não ouviria teus apelos
amassaria teu rosto
tuas palavras, teu gosto
deixaria teus olhos, de molho...
mas, teimoso
em minhas insônias
criou estrelas e raízes
e na contra-mão
de todos os meus nãos
roubou-me o silêncio
e faz-se poesia...
Assinar:
Postagens (Atom)