domingo, 8 de setembro de 2019

teatro


tarefa árdua
mover a carne
que insiste
num hiato

entre o leito e a porta
o chão, as mãos e o desejo
de ficar mais um pouco
em retrátil

os dias não permitem
um caso a parte com as ilhas
muito menos esconder os olhos
dos sóis, que podem ser duros e frios...

resta-me simular os pés
ou de rastejo, alçar as promessas (mentiras)
e ofertar a face a esse roteiro... (alheio)


sexta-feira, 23 de agosto de 2019

53

tarde de inverno
sob o manto do sol
o gato amarelo
.....

o vento e as nuvens
tanto segredos murmuram
e nada de chuva

sábado, 2 de fevereiro de 2019

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

naufrágio

é no silêncio
dos espelhos que
entardecem

que encontro
minhas faces

mas, já não sei
em qual delas

encaixo-me...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

sábado, 26 de janeiro de 2019

na carne...

era uma lama
anônima e amorfa

hoje, ela tem rosto
nome, sobrenome

e corpos... de animais
e de homens

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

onírico

dos pesadelos
que me fazem
vista e visitas
não guardo
rancores

alguns são como
velhas mobílias
ocupam-me espaços
e deles desvio

já outros insistem
em fazer pose e requerer
minha posse,  minhas dores
nesses não confio

mas há aqueles
que trazem nas mãos
o ópio dos sonhos,  a esses,
faço vigília...

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

domingo, 13 de janeiro de 2019

sábado, 12 de janeiro de 2019

ninho

de volta pra casa
depois de tantas palavras
a poesia, abre-se

há sim, metáforas
à espera de afago...

47

estáticas nuvens
nenhum toque do vento
nos lençóis azuis