terça-feira, 20 de outubro de 2020

semente

 enquanto movem-se as cortinas

num desejo de voar pelos ares

seguem meus olhos o mesmo desatino

querer dos varais que me prendem 

cortar as farpas e as amarras


num voo silente e solitário

alçar as nuvens, os pássaros

os poços, os abismos, os faróis

as sarjetas, as estrelas, o sopro

a lama e a palavra


arrancar do peito e do nada

a navalha que tece no vácuo 

os nomes dos bois, os nós das artérias

o esconderijo dos fetos

e fazer-se verbo....



2 comentários:

  1. aproveitando a "insipidez"
    nos receptores gustatórios
    pra passar as tramas e as massas
    (tão patéticas que se elegem)

    ResponderExcluir