um gosto
de tempo
salpica
os dedos
fragmentos
verdes
amarelos
vermelhos
um tudo
que passa
entre o ontem
e o hoje
um tudo
que voa
entre o nunca
e o sempre...
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
das fases...
se visto-me
em lua
é escura
minha face nua
e nego-me
um meu, um tua
feito prostituta
feito cio na rua
desfaço-me
disfarço-me
e volto ao útero
pura...
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
prece
sem saber
dos sonhos
o onde
amanhece
e anoitece
esfria
aquece
e uma amnésia
os olhos ilhados
esperam...
dos sonhos
o onde
amanhece
e anoitece
esfria
aquece
e uma amnésia
os olhos ilhados
esperam...
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
que vício...
escrever, eu preciso
na rua, em casa, no chuveiro
ou na lata do lixo
essa ânsia de sair
voar entre flores e pedras
engatilhando versos
não quero ir além
não, não, não é isso
quero meu amém
encontrar de mim, a verve
fazer dormir meus vermes
em potes de crimes abertos
é isso que apetece-me
esse grito rouco no meio da faca
fugindo do sol e abrindo palavras
sangrar meus dedos
escavando letra à letra
valas e mais valas
desde que
não abram suas bocas
e não falem...
é no silêncio da carne
onde a tela branca
faz-se escrava
escrever é vício
que não se apaga
com sabão e lágrimas
escrever é êxtase
que não se acaba
em gemidos e água...
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
das águas
se nado em teus olhos
sou toda malemolência
sabes desse jogo
o trigo e o joio
entre meus mares e tua boca
quedam-se meus portos
e em tua língua
despejo minha essência...
domingo, 7 de dezembro de 2014
dos medos...
então é isso
finda mais um domingo...
e a carne finge sorrisos
e teme, como teme
ser vista nua e crua
na segunda...
sábado, 6 de dezembro de 2014
nem sei...
sabe-se lá
se no limbo
existe a fala
ou se os pensamentos
em simples silêncios
casam-se
se há um espaço
onde os olhos, molham-se,
e acham-se
onde sobem
e descem as asas
no arfar das metáforas
sabe-se lá
se faz frio onde é quente
se faz-se quente onde é hábito
se a noite e o dia
lambem-se e bastam-se
entre o nunca e o sempre
se procuram-se os laços
entre sílabas sem rima
e ímpares
onde o êxtase
cala da boca
a palavra
e as almas
descartam do tempo
a carne...
sabe-se lá...
se no limbo
existe a fala
ou se os pensamentos
em simples silêncios
casam-se
se há um espaço
onde os olhos, molham-se,
e acham-se
onde sobem
e descem as asas
no arfar das metáforas
sabe-se lá
se faz frio onde é quente
se faz-se quente onde é hábito
se a noite e o dia
lambem-se e bastam-se
entre o nunca e o sempre
se procuram-se os laços
entre sílabas sem rima
e ímpares
onde o êxtase
cala da boca
a palavra
e as almas
descartam do tempo
a carne...
sabe-se lá...
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
descarte
ando tão pobre
de navalhas
se me deparo
com uma
digo, boa noite
bom dia, boa tarde
não, elas
não sabem
tem fome delas
minha carne...
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
dos dizeres
não sei se em risos
disseram-me monalisa
ela que em tempo
fez-se em tez, um rito
ela que sem tempo
partiu ao meio, o gêmido
se eram em pecados
suas raízes
suas raízes
se eram sacrossantos
seus delitos
nada disse...
só sei, ou imagino que sei
da sua boca, o mito...
maçã...
rubra é a cor que te cobre
doce fruto suculento
seu aroma faz a oferenda,
a língua entre os lábios move-se,
salivante entre os dentes
em desejos contorce-se
sedenta, faminta, seduzida...
a boca se abre lentamente
lambisca, mordisca
a pele carmim
a carne macia
degusta
o néctar exalado,
cheiro e delírio
inalados,
saboreada
fruta do cio
ontem, hoje
amanhã, maçã...
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
sou
por quê tenho de viver
entre as frestas das janelas
se não sou das entrelinhas
o que fede e o que sobra?
quando e onde
deixaram-me na sarjeta
se sou de mim, mãe, pai
filha, começo e fim?
como ao acaso
deitar-me em vis palavras
se, delas, não quero nem o sol
nem as brasas e nem as larvas?
ah, se sou o que sou
sem ser muito ou pouco
ou quem sabe muito pouco
sou eu, sou eu e sou...
entre as frestas das janelas
se não sou das entrelinhas
o que fede e o que sobra?
quando e onde
deixaram-me na sarjeta
se sou de mim, mãe, pai
filha, começo e fim?
como ao acaso
deitar-me em vis palavras
se, delas, não quero nem o sol
nem as brasas e nem as larvas?
ah, se sou o que sou
sem ser muito ou pouco
ou quem sabe muito pouco
sou eu, sou eu e sou...
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