terça-feira, 29 de setembro de 2015

ladainha



espessa
contorce-se em terços
a terça

a moça
depois da segunda
não veio a passeio...

domingo, 27 de setembro de 2015

namastê


não me lembro
de para você ter bordado
palavras nos lençóis
do tempo

mas
você veio...

trazendo sóis
e estrelas azuis
à minha sangria
aos meus poemas...

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

um, dois, três, quatro...


tenho paredes
de estimação
obsessivas
colecionadoras
de nãos...

se delas
quero a fuga
por debaixo
das portas
jogo meus dados

hora ou outra
tenho sorte
o outro lado
minhas asas
devolve...

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

reticentes...

pairam silêncios
na superfície
dos olhos
onde palavras
não morrem...

face abaixo
branco à fora
sem ponto final
sem espelhos, voltam
mudos, mútuos

e proliferam-se
mal a dentro e tanto
em versos, sangram...

terça-feira, 15 de setembro de 2015

tristuras


e se
me pede o presente
um passo a frente

o medo e seu espelho
lembram-me das sepulturas
em meu peito

ah, esses cadáveres
que insistem de  mim
serem  sol e lua...

e esses epitáfios
que zombam do tempo
e suas lonjuras...

domingo, 13 de setembro de 2015

insigne

pensava
ter os passos
os espaços
os pássaros
as palavras

e era
tão somente
dos ossos
do verbo
da carne

o verme
a larva...

sábado, 12 de setembro de 2015

terça-feira, 1 de setembro de 2015

na pele



e esses  versos
saltitantes entre o branco
e os pássaros

piam e piam
querendo do ninho sair
querendo ter asas...

e são só
e apenas
palavras...