tão fácil
a palavra
ser farta
tão fácil
a palavra
ser farpa
tão difícil
dela retirar
as máscaras
e encontrar
a verdadeira
face...
terça-feira, 28 de abril de 2015
sábado, 25 de abril de 2015
das maçãs...
era tarde
para subir
tantas
escadas
mais
um degrau
e chegaria
ao nada
quedou-se
do céu
ao inferno
das palavras
em tempo...
quinta-feira, 23 de abril de 2015
pacto
toda
palavra
carrega
um pecado
e mesmo
sem ser
santa, pura
e virgem
faz
da poesia
sua maria e
seu escapulário...
palavra
carrega
um pecado
e mesmo
sem ser
santa, pura
e virgem
faz
da poesia
sua maria e
seu escapulário...
terça-feira, 21 de abril de 2015
eco
envergonha-me
a letra, essa, a viver
de boca em boca
essa que num fio cru
e cego oferece-se, faz sexo
em troca de espelho
e de tão puro ego
de página em página
esmola olhos
exibi-se e é voyer
desnuda-se sem saber-se
se é luxo ou lixo
e cansa-me,
como cansa-me, tanto faz,
se outra ou minha...
a letra, essa, a viver
de boca em boca
essa que num fio cru
e cego oferece-se, faz sexo
em troca de espelho
e de tão puro ego
de página em página
esmola olhos
exibi-se e é voyer
desnuda-se sem saber-se
se é luxo ou lixo
e cansa-me,
como cansa-me, tanto faz,
se outra ou minha...
domingo, 19 de abril de 2015
lapsos..
e se tenho asas
ao invés de patas
não faço questão
do pouso no asfalto
quero mais e mais
a companhia das palavras
"sol, nuvens, lua, estrelas
e pássaros..."
mas se me faltarem
os astros, os céus, as galáxias
lançarei meu corpo e alma
abismo abaixo...
não quero nada
que não seja
absurdamente
abstrato...
quarta-feira, 15 de abril de 2015
pétalas...
eu aqui
aparando
arestas
quanto mais corto
mais entrelinhas
aparecem
seres hábeis, as palavras,
essas que entre pontos e frestas
dizem mais do que quero...
hábito
gosto bizarro
esse meu por
navalhas...
e se, delas
não tenho o talho
uso as palavras
já disse isso?
ah, esses atos
tolos e falhos
voo e pouso
nas mesmas lâminas
no mesmo hálito...
naquele ponto
exato, concreto
onde sangro
e minha carne
verte um rubro pranto
e abro minhas asas...
é,
gosto
de navalhas...
esse meu por
navalhas...
e se, delas
não tenho o talho
uso as palavras
já disse isso?
ah, esses atos
tolos e falhos
voo e pouso
nas mesmas lâminas
no mesmo hálito...
naquele ponto
exato, concreto
onde sangro
e minha carne
verte um rubro pranto
e abro minhas asas...
é,
gosto
de navalhas...
segunda-feira, 13 de abril de 2015
éros
leio aqui e ali
tanto sobre amor
pergunto-me em que
entrelinhas minhas
deixei enterrado
sentimento tão "nobre"
nas rusgas
do tempo?
no murmúrio
do vento?
no cinismo
das lápides?
na caixa
de pandora?
no cimento
dos lábios?
nos sofismas
das palavras?
nem sei...
não lembro-me
só sei do amor
a poesia pobre
e as metáforas
da carne...
quarta-feira, 8 de abril de 2015
vias
e esse tempo
que vai e volta
abre e fecha
portas
se é da folha
a terra, a espera
é do verme
a carne de outrora
se é da boca
o beijo de agora
é do adeus
a palavra das flores
num tanto de ciclos
onde vida e morte
são vice e versa e
engolem-se...
que vai e volta
abre e fecha
portas
se é da folha
a terra, a espera
é do verme
a carne de outrora
se é da boca
o beijo de agora
é do adeus
a palavra das flores
num tanto de ciclos
onde vida e morte
são vice e versa e
engolem-se...
domingo, 5 de abril de 2015
sábado, 4 de abril de 2015
aleluia
esse gosto de páscoa
pelo mundo afora
a fome
não deflora...
a impotência
não manda embora,
há olhos
sempre há
em mãos
que imploram...
ovos?
sei lá...
pelo mundo afora
a fome
não deflora...
a impotência
não manda embora,
há olhos
sempre há
em mãos
que imploram...
ovos?
sei lá...
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