eu tento, uma palavra
uma prece, um poema
e vem o tempo
vociferando seus versos
senhor das imagens
senhor dos pedágios
encurrala-me e acusa-me
de plágio
como se não fosse eu, senhora,
de minhas próprias esperas
e mazelas
eu tento, uma palavra
uma prece, um poema
e vem o tempo
vociferando seus versos
senhor das imagens
senhor dos pedágios
encurrala-me e acusa-me
de plágio
como se não fosse eu, senhora,
de minhas próprias esperas
e mazelas
dos começos conheço os fins
uns de saudades, têm o gosto
outros habitam o que de amargo
brota em mim
o que é fardo, o que é fato
o que é falho, o que é faca
entre aspas, entre faces
no nascimento e na morte das palavras
despe do invólucro, a alma...