segunda-feira, 24 de março de 2014

das secas...

em que ontens
tão ralos e tão rasos
plantei meu hoje

esse a dobrar joelhos
a estremecer e gemer de frio
ao bocejo dos deuses

a mercê do humor alheio
um hoje em cascas finas
sem sangue nas veias

em que sonhos
tão tênues e tão frágeis
enterrei meus olhos

esses trancados a esmo
sem a espera do que foi luz
sem saber da noite, as estrelas

a mercê de outros espelhos
sonhos ocos e sem reflexo
secando do hoje, os desejos

Um comentário:

  1. Ah Almma, ler-te é tão profundo!
    Versos muito bem vestidos, pra falar dessa nudez que o hoje provoca, muito lindo mesmo, parabéns!
    Meu carinho mais sincero, fica bem, um abraço, lu.

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