segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

saudades...

neste colo meu
mora-me um espaço
e daquilo que não há
brotam aflitas palavras

fossem carne
cada letra acasalada
nacos de mim, arrancariam,
os lençóis da madrugada

mas, são o que não são
e disso comem e bebem
esses versos, sempre
e sempre inacabados

e vivem e morrem
num frio de sede e fome
e de novo e de novo, brotam
a esperar pelo teu mome

e vivem
e morrem
e vivem
e morrem
de saudades....

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