porque me desnudam as letras
não quero se não, olhos alheios
tal qual uma música sem dono
sem endereço, sem nome, sem freios
eis que vejo-me solta
a mercê de tantas veias
ora sou uma, ora sou duna
areia, estátua, pedra, devaneio
e se prendo-me aos medos
arranco-os sem raízes, ao meio
e sangro e sangro
num êxtase do desapego...
porque me desnudam as letras
quero de poesias, meu leito...
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