sábado, 27 de outubro de 2012

devaneios



então vislumbro pelos becos
o cheiro da tua poesia ainda em berço
essa mergulhada nas taças dos  teus olhos

fugidios versos a bater em janelas
pedem-me um trago à menina que escondo
ofertam-me aos dedos verdes, um pé de frases

perambulam-me na pele, palavras
emprestadas de teus labios grávidos
ávidas palavras com fome de toques

e não fossem minhas ruas sem saída
escaparia de mim uma poesia pelas frestas
brindaria a ti em festa, em líquida orgia

sinto o cheiro do teu cio em branco
lavam-me chuvas, não minhas
escorrem teus céus em quases

esses quases, fantasmas meus
quases, a um passo, a uma lingua
mas... são da lua, teus ais, tuas fases

e eu sinto, só sinto o aroma teu
o arrepio da tua poesia que anda
que passa, e nunca em mim pára...

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