quarta-feira, 2 de novembro de 2016

névoas

horário de verão
e tantos sóis atrasaram-se
o de ontem, o de hoje
o de amanhã

só essas cortinas
nunca faltam, nunca calam-se
nuas, esguias, de pernas,
de mãos, de línguas

exibem-se...
crescem
proliferam-se
ferem

de fera, de fé
de faca, de faces
de falácias
engolem meus olhos
minhas janelas...



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