segunda-feira, 7 de abril de 2014

silêncio


de distantes letras
fiz leito, fiz teto,
fiz sóis
fiz-me nó

um nó aperto
sem carne, abstrato
num gesto em vigilia
e tão só

fiz-me olhos...

sem ir além
sem améns
sem aquéns
sem refém

fiz-me espera
( sem reflexo )

um fio de entrelinhas
em meios aos versos
a soprar num dialeto
poesias ainda feto

e veio o tempo
e veio o vento
e veio o outono
e veio o sono

fez-se  o esquecimento
( mais e mais distantes )
adormeceram as letras,
em silêncio...

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