domingo, 27 de abril de 2014

proscrita

eu não tenho espaço
eu não tenho uma casa
entre segredos e medos
encaixo-me em hiatos...

nas esquinas das dores
vou cultivando ais e gemidos
sou bicho demolindo muros
tijolo a tijolo, extraindo cascas

nua, lua sem quarto, sem rumo
carne decantada, ossos no asfalto
aborígene em terra  de letras brancas
eco de um velho e vermelho mantra...

assim livre,  sem  meias mentiras
sem meias verdades, no gume da faca
imprópria para consumo, abusada
essência maldita  a ser propagada

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