quarta-feira, 27 de março de 2013

morro...

se vertessem sonhos as paredes
pereceriam de sede e secas,  as minhas...
onde bato e rebato tão somente escárnios

dessas tantas pústulas em vida
a arrastarem-se em busca de janelas
sangro eu, dos seus gritos, outros ritos

e se sangro, e se bebo, e se verto
derramo o preço, afogo das letras
esses ousados olhos de desejos

presa em passos que não se acabam
nem portas, frestas ou réstias restam-me
pobres paredes, pobres letras, esperam...

e morrem e morro...

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