sábado, 2 de março de 2013

veneno...

enquanto esconde-se a tarde
entre as sombras  deslocam-se
os olhos meus aos teus varais...

já não há entre os teus fios
palavras verdes em tons de mais
ou quase versos buscando cais

e aqueles nossos sóis
deitaram-se de costas, sem nós
adormeceram sem laços, sós...

nessa tua fuga em névoas
acinzentam-se minhas horas
suicidam-se minhas esperas

enquanto esconde-se a noite
ao som das tuas facas, enveneno-me
no teu silêncio que fala e fala...

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