os gritos que em nuvens morrem
caem em dormência nas portas
e das janelas abertas escorrem
nesses dias em que tudo é misterio
nem telhados abrem-se ao espelho
e tentáculos do tempo encolhem-se
há entre o céu e o inferno
estrelas penduradas em árvores
luas adormecidas em tardes
eram do ontem as esperas
são do hoje palavras e ressaca
paradoxos em mesmas horas
fossem das nuvens vivos sussurros
deitariam em redes de desejos
dias, meses, anos ainda in vitro
posto que são, mortos
nesse purgatório do tempo
eternos rastejar comem
infinitos joelhos, dobram-se
numa prece sem cor, sem volta
num cinza labirinto dos olhos...
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