tem de mim o gosto da derrota
nessas minhas sobras, tão rotas
nessa minha língua, sem resposta
nesses meus olhos, absortos
são perdas, são pedras que carrego
amarro e não deixo pelo caminho
e em minhas costas despejo passos
em pretéritos em vias de parto
e nada fica, nada vai, nada vem
numa vendaval mudo e estático
prendo-me em falsos casulos
afasto-me da água morta e limpa
e se morro de sede
embrulhada em minhas palavras
envenenados entre verbos e frases
perecem os dias de minhas metáforas
amorroto meus sonhos
desgosto meu ventre
apago minhas cruzes
derroto-me...
Nenhum comentário:
Postar um comentário