sábado, 19 de janeiro de 2013

esquinas

velam-me essas esquinas
de olhos tão fechados
e bocas escancaradas

onde quebro palavras
ouço passos e linhas,
e mastigo minha sina

não há no meio
de meus fios, ângulos retos
são curvas, minhas ruas

dedilho e não vejo fugas
essas que  escrevem-se
e mentem entre meus dedos

encaminho descaminhos
falta-me a dobra dos joelhos
falta-me espiar outros espelhos

velam-me essas esquinas
sem que delas mate as incertezas
sem que nelas sepulte, o medo

2 comentários:

  1. O olhar perplexo
    sem entender bem o nexo
    reflete
    interage
    a intersubjetividade
    pensa
    e o coração
    faz este belo poema
    mui belo

    Luiz Alfredo - poeta

    ResponderExcluir