cobre-me um fio de silêncio
e eu lado a lado com os gritos
prendo e engulo vírgulas
não há nos pontos finais
reticências, parágrafos
sequer um meio, uma parada
nesse casulo, teço parábolas
metáforas, engasgos e catarses
ecos ausentes, invadem-me
mudez que não cala, embala,
de dentro pra fora dos muros
nós que pisam e ardem
e eu aquém da palavra
rasgo do silêncio seus trapos
rasgo de minha alma, sua face
e falo, sem que minha língua
seja ouvida, aos pedaços,
num fio de poesia, escapo...
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