sábado, 7 de julho de 2012
Basta...
se conheço dos sóis
os gestos de desprezo
vislumbro nas cores do dia
o instante de um "chega"
naqueles torrões de terra
onde em água-viva tive pés
colhi nos sonhos das margaridas
a tristeza de uma flor sem fé
não é das mãos a dor que escorre,
ou das trilhas solitárias em desdém
a agonia das letras recém caídas,
são dos sonhos, dor e agonia
sonhos que ferem, machucam
arrancam das pupilas, o riso,
ferem e brotam em palavras virgens,
cálice, prece, coágulos, missa...
é hora do basta
um não aos sonhos
uma lápide aos olhos,
renúncia e sacrifício....
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