horário de verão
e tantos sóis atrasaram-se
o de ontem, o de hoje
o de amanhã
só essas cortinas
nunca faltam, nunca calam-se
nuas, esguias, de pernas,
de mãos, de línguas
exibem-se...
crescem
proliferam-se
ferem
de fera, de fé
de faca, de faces
de falácias
engolem meus olhos
minhas janelas...