terça-feira, 26 de abril de 2016

desditas...

hoje deixei
que me cutucassem
as feridas

e lá
por debaixo
das cascas

em meio
aos analgésicos
e a poesia

estavam
teus olhos
ainda...

sexta-feira, 22 de abril de 2016

dantes

sem pilares
no presente
minha alma
à deriva anda

é um vai e não volta
em poesias inconscientes
em verbos pretéritos
em palavras ausentes

vago e vago
entre andaimes de versos
e em um nada tão longe
mostra-me o vácuo...

se tudo é espectro
ao toque da saudade
por que não perdem-se
tantas e tantas imagens?

quinta-feira, 14 de abril de 2016

meadas

sem paciência
para cabelos
e espelhos

quero mais
a ausência
do medo...

dane-se o reflexo
dane-se a autodefesa

não nutro piedade
com olhos que buscam
corpos inteiros...

há tempos
sou de mim
um meio...

terça-feira, 12 de abril de 2016

silêncios...

são tantos olhares
no caminho das
palavras

um que tanto
me diz sobre
almas e carne

outro que insiste
na dicotomia entre
prosa e poesia

e um que crava
na pétala em branco
o fio da espera

e cala-me...

quinta-feira, 7 de abril de 2016