sexta-feira, 15 de novembro de 2013

das perdas

há um tanto de horas
onde as flores não abrem-se
onde só pétalas secas
riscam o agora

numa síncope dos olhos
um tempo suspenso, cala-se,
e a espera sem ida ou volta
suspira em  um único nome

perdem-se passado e presente
na linha tênue desse hoje tão oco
numa primavera que só existe
tão distante e lá fora...

e vem o cheiro
e vem o gosto
nessa saudade
sem toques...

há um tanto de horas
onde um estéril silêncio conspira
com quem já foi embora


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