hoje seria bom
rever seu retrato
acolher seu abraço
mas tudo que ficou
foram as tais palavras
na garganta, asfixiadas
e uma cova
que não é rasa...
quinta-feira, 30 de julho de 2015
quarta-feira, 29 de julho de 2015
rasuras...
foram tantas
as rupturas
que de buraco
em buraco
fez-se lua...
pintou das feridas
as unhas
escovou dos cabelos
as ranhuras
exibiu-se, nua...
terça-feira, 28 de julho de 2015
!
Onde andará minha prosa? Nos ralos dos vocábulos, nas celas das letras, nos catres das metáforas? Oh, céus, como sou repetitiva, teimo e teimo e deito-me com poemas. Como sou previsível, em versos criei raízes.
Lembro-me de um tempo de sol, de um tempo de solos, de um tempo de rosas tão azuis. Ou seria esse tempo dos olhos teus que eram mais jazz que blues? Ou seriam os olhos meus mais devotos da tuas heresias do que os teus das minhas?
Ah, como fere o escuro que vêm sem avisos, como ferem as covas que vêm transbordando escarnio... E ainda assim ou assado, sou de mim a maior carrasca. Acho graça das minhas desgraças.
E digo e repito: Tudo passa, tudo pássaro, tudo asas... Palavra.
Verborragia... E cinicamente volto à poesia.
Lembro-me de um tempo de sol, de um tempo de solos, de um tempo de rosas tão azuis. Ou seria esse tempo dos olhos teus que eram mais jazz que blues? Ou seriam os olhos meus mais devotos da tuas heresias do que os teus das minhas?
Ah, como fere o escuro que vêm sem avisos, como ferem as covas que vêm transbordando escarnio... E ainda assim ou assado, sou de mim a maior carrasca. Acho graça das minhas desgraças.
E digo e repito: Tudo passa, tudo pássaro, tudo asas... Palavra.
Verborragia... E cinicamente volto à poesia.
fugaz
porque
se tudo é tão efêmero
ora choramos o espelho
ora rimos do vermelho
améns. aquéns, aléns
do lado de fora ou de dentro
unhas, cabelos, vento e borboletas
um tanto faz ou tanto fez...
e se nada faz sentido
nadamos contra a correnteza
ninando e beijando nossos medos
aqueles à espera de um remendo
ser pescador ou sereia
antídoto ou veneno
criança ou brinquedo
tudo é questão de tempo...
sexta-feira, 24 de julho de 2015
fragmentos
no espelho
dos meus óculos
tantas almas sem arestas
tantas mentes de joelhos
e a sensação de precisar
de novas lentes...
dos meus óculos
tantas almas sem arestas
tantas mentes de joelhos
e a sensação de precisar
de novas lentes...
quarta-feira, 22 de julho de 2015
sábado, 18 de julho de 2015
destino
mãos homicidas
de poesia em poesia
matam a fome e a sede
de palavras suicidas
levantam as saias
abusam das metáforas
e ainda riem dos tolos
crentes em disfarces
não há de ser pouco
o instinto dos dedos
à procura de lâminas
na ponta do lápis
não há de ser muito
o êxtase dos cortes
nas linhas das palmas
que drenam as almas
é sempre do bis
o açúcar e a bílis
no verso que repete-se
em busca da morte
e morre
mas volta...
cãs...
entre uma têmpora e outra
o tempo, o vento, o espanto...
o branco
não eram
meus cabelos castanhos?
o tempo, o vento, o espanto...
o branco
não eram
meus cabelos castanhos?
quinta-feira, 16 de julho de 2015
?
o que fazer
com tantas mãos
com tantas letras
se falta
à folha branca
o sêmen
se faltam
aos olhos
um berço?
quarta-feira, 15 de julho de 2015
terça-feira, 14 de julho de 2015
indiscreta
de leve
rocei do verso
a pele
e nem assim
ofereceu-me um leito
sem espelhos
serei eu
uma eterna voyeur
dos meus erros?
segunda-feira, 13 de julho de 2015
das heresias...
ah, como cansa-me
o nonsense dos santos
sejam machos
sejam fêmeas
sejam cobras
sejam cabras
é um querer de rezas
é um querer de preces
uma mesma face
da moeda alheia, desejam
e a servidão humana
festejam...
o nonsense dos santos
sejam machos
sejam fêmeas
sejam cobras
sejam cabras
é um querer de rezas
é um querer de preces
uma mesma face
da moeda alheia, desejam
e a servidão humana
festejam...
de lua...
ausente,
respondi ao tempo
já não me visito
dispo-me dos sempres
e com nuncas
mascaro meu presente...
domingo, 12 de julho de 2015
execrações...
penso
em cortar os cabelos
tão curtos, tão curtos
que não reconheça-me
o espelho...
necessário seria
fitar-me nos olhos
virar-me do avesso
retirar meus cabrestos
e dos nomes os pesos
pender um pouco mais
à deriva, de esgueira
sem as guelras dos anseios
sem as roupas de esteio
só trapos e veias
e ao fim, despida de mim
despedir-me dos filtros
dos litros de verniz
arrancar sem medo
minhas raízes...
em cortar os cabelos
tão curtos, tão curtos
que não reconheça-me
o espelho...
necessário seria
fitar-me nos olhos
virar-me do avesso
retirar meus cabrestos
e dos nomes os pesos
pender um pouco mais
à deriva, de esgueira
sem as guelras dos anseios
sem as roupas de esteio
só trapos e veias
e ao fim, despida de mim
despedir-me dos filtros
dos litros de verniz
arrancar sem medo
minhas raízes...
sábado, 11 de julho de 2015
taras
tenho desejos insanos,
cortar silêncios ao meio
e esquartejar frases
presas na garganta
só
pra
ver
se
sangram...
sexta-feira, 10 de julho de 2015
dolo
tenho passos de sobra
e pés de tão gastas solas
que dos ossos, são apenas
sombras...
se há convites incertos
em caminhos apenas de olhos
há entre a alma e a carne
o desejo de asas abertas
e se não vou
e se não toco o solo
com o corpo que devora-me,
com as palavras voo
e sou pó
e sou sol
e sou lua
e sou dor
e sou flor
e sou nuvem
e outra vez voo
e sou da folha em branco
o sopro...
e pés de tão gastas solas
que dos ossos, são apenas
sombras...
se há convites incertos
em caminhos apenas de olhos
há entre a alma e a carne
o desejo de asas abertas
e se não vou
e se não toco o solo
com o corpo que devora-me,
com as palavras voo
e sou pó
e sou sol
e sou lua
e sou dor
e sou flor
e sou nuvem
e outra vez voo
e sou da folha em branco
o sopro...
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